sábado, 2 de maio de 2009

Temi não encontrar mais meus escritos na lousa veloz onde me reúno com os invisíveis vivos.Tentei voltar mais cedo do metrô no dia do Evento Semestral de Cultura nas ruas, pois encontrei com uma pessoa que me conhecia há anos e eu não conseguia lembrar-me de onde, dando espaço e tempo para a recordação. Passei a ouvi-la no coração do tumulto urbano.Não conseguia dizer eu. A pessoa resolveu se desgrudar do fone, logo me contando o que estava ouvindo e perguntou sobre minha curiosidade incessada por música. Deu provas de que danço e não deixo em paz Animal Collective por onde passo e páro. A pessoa se apresentou no dia do Evento Semestral. Falou-me da festa há muito meses.Tentei não encontrar mais meus escritos. A pessoa diz que me espera com um texto logo mais à noite depois de retornar do Evento Cultura nas ruas, enquanto em casa tento recuperar onde antes eu estava quando ouvíamos Animal. Celita esse é o nome. Agora tento inventar um rosto para ela, que demora há dias do encontro nas ruas. Para não mais.

A conversa em choque, vinda à toa sobre identidade trocada (pela boca de um motorista de táxi que aproveitou a rua vazia e a demora de troco para desferir juízo no movimento contínuo da tarifa 2, metade de um feriado se iniciando).
Perto de dormir, o juízo gratuito zune. "Ninguém mais podia nos divisar" e por isso dói mais do que tudo a palavra vulgar, vinda de longe (um texto igual para todos em trânsito), caída porém sobre minha cara, meu corpo todo, decomposto, feito como peça exclusiva, exilada para a palavra solta do homem em seu motor, enquanto mais louco fico para chegar até você, interdito (uma casa ambientada por música, só por nós dois).